De cortador de grama nos EUA a CEO de rede de moda masculina que fatura mais de R$ 70 milhões

Conheça a história de Emilio Guerra, empreendedor que transformou sua experiência de intercâmbio nos Estados Unidos na franquia de moda masculina referência das regiões Norte e Nordeste

No final dos anos 90, enquanto o Brasil ainda amadurecia sua indústria de moda masculina, Emilio Guerra enxergava uma lacuna evidente: faltava no mercado uma opção que equilibrasse estilo, qualidade e preço acessível.

A maioria das lojas vendia roupas caras e pouco democráticas, enquanto as opções mais acessíveis eram insuficientes em acabamento e identidade.

Foi justamente neste cenário que nasceu a Skyler, hoje referência em franquia de moda masculina do Norte e Nordeste, com 65 lojas em 13 estados brasileiros e um faturamento anual que ultrapassa R$ 70 milhões.

A trajetória de Emilio, no entanto, começou muito antes da primeira loja.

Ainda adolescente, durante o ensino médio, já demonstrava aptidão para o empreendedorismo: montou um pequeno negócio de sonorização de festas.

Posteriormente, durante seu intercâmbio nos Estados Unidos, experimentou pela primeira vez o esforço do trabalho informal.

Cortava grama, limpava neve das entradas das casas e, ao mesmo tempo, cultivava uma mentalidade prática e determinada.

“Desde cedo entendi o valor do trabalho e da realização.

O intercâmbio me ensinou mais do que o idioma – me ensinou a me virar”, lembra.

De volta ao Brasil, conciliava a faculdade de Direito com funções de corretor de imóveis e representante comercial.

Foi justamente em uma das empresas de camisaria masculina onde trabalhou por um longo período que surgiu o encantamento pela criação de marcas próprias.

“Era uma empresa referência em private label e foi minha grande escola.

Lá compreendi o poder que uma marca pode ter, seu propósito e capacidade de diferenciação no mercado.”

A fundação da Skyler

A origem da marca, em 1997, foi fruto da combinação entre experiência, oportunidade e uma parceria sólida com seu pai, Antonio Silva Guerra, com quem divide a sociedade até hoje.

“Ele sempre foi meu grande incentivador.

Ele trouxe bagagem, visão financeira e uma capacidade única de identificar talentos”, destaca Emilio.

Na época, o cenário de multimarcas enfrentava problemas como a guerra de preços e alta inadimplência.

Paralelamente, uma das empresas que representavam deixou de honrar seus compromissos financeiros, obrigando-os a criar uma estrutura de atacado própria no Ceará.

Esses obstáculos funcionaram como catalisadores.

A criação de uma marca própria parecia a resposta lógica.

A inspiração final veio durante uma visita a um evento de marketing.

Ao folhear um livro de Marcos Gouvêa de Souza, Emilio se deparou com reflexões sobre canais de distribuição e o valor das marcas próprias.

“Ali, o desejo de construir minha marca se transformou em decisão”, afirma.

E para batizá-la, a escolha veio do coração.

O nome Skyler surgiu como homenagem ao filho recém-nascido de seu “irmão americano” da host-family com quem viveu nos Estados Unidos.

Até hoje, Emilio mantém contato com essa família.

“A Skyler carrega uma ligação afetiva, uma história que me moldou como pessoa e profissional.”

Desafios iniciais e apoio familiar

Os primeiros anos foram de sacrifício e escolhas difíceis.

Emilio conciliava a vida de representante com a operação das primeiras três lojas, que mal geravam caixa para cobrir os custos.

A virada veio quando decidiu apostar em uma quarta loja, a primeira dentro de um grande shopping.

Sem recursos suficientes, recorreu a duas tias e pediu dinheiro emprestado.

A obra foi concluída em tempo recorde.

“Aquela loja vendeu mais do que as outras três juntas.

No fim do ano, paguei todas as dívidas e tive a certeza de que o caminho era esse.”

Hoje, opera com um conceito batizado de “LIFEWEAR – Vestindo a Vida”, que se traduz em linhas específicas para diferentes momentos do cotidiano: Everyday, com peças essenciais e versáteis; Casual, com mais informação de moda; Business, voltada ao ambiente profissional; Weekend, descontraída e com mood leve; e Premium, com matérias-primas nobres como algodão pima e alfaiataria em malha.

A cada coleção, mais de 400 novos produtos são lançados, garantindo constante renovação e diversidade.

Com uma operação digital em expansão e lojas físicas estrategicamente localizadas, a Skyler mantém a proximidade com o consumidor sem renunciar à escalabilidade.

Inovação e expansão contínua

Recentemente, a marca está implantando a tecnologia RFID em toda a rede, modernizando processos como recebimento, inventário e checkout.

Também lançou sua Universidade Corporativa, parte de uma plataforma de gestão que garante treinamento contínuo e padrão de excelência, mesmo nas franquias mais distantes.

Segundo Guerra, a expansão segue firme.

A meta é alcançar 100 lojas nos próximos três anos, com foco em regiões onde o agronegócio prospera e no interior, onde a marca tem registrado desempenhos notáveis.

Outro caminho estratégico tem sido a conversão de lojas multimarcas ou franquias de outras redes para o modelo Skyler, oferecendo ao franqueado um ecossistema completo de marketing, gestão de produto e operação.

“Nosso compromisso é proporcionar satisfação às pessoas por meio dos nossos produtos e serviços.

Vemos isso acontecer com clientes, colaboradores e franqueados.

Colocamos pessoas no centro de tudo.

Queremos que a Skyler faça diferença nas cidades onde está presente”, enfatiza Emilio.

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Fonte: Lucky Assessoria de Comunicação