O crescimento das lavanderias self-service no Brasil e seu impacto na rotina dos consumidores 

Modelo é uma das principais tendências no mercado de lavanderias e deve movimentar mais US$ 73,9 bilhões em todo o mundo 

A ascensão das lavanderias self-service no Brasil é mais um dos movimentos que refletem uma mudança significativa nos hábitos de consumo de uma população cada vez mais pautada pela busca da praticidade.

O modelo, já consolidado em diversos países, têm ganhado terreno no mercado nacional ao longo dos últimos anos, impulsionado pelo aumento da densidade urbana, pelo alto custo dos eletrodomésticos e pelo estilo de vida dinâmico que se difunde na sociedade contemporânea, sobretudo no contexto das grandes cidades.

De modo geral, o mercado de lavanderias deu um salto de 44% no Brasil entre 2019 e 2024, de acordo com dados do Sebrae que demonstram a forte demanda por essa alternativa que, por sua vez, movimenta também outros mercados: segundo números da startup QuintoAndar, por exemplo, a busca por imóveis com lavanderias self-service cresceu quase 20% no país entre os anos de 2012 e 2021.

Nos Estados Unidos e na Europa, é válido frisar, o conceito de lavanderia automática já é parte das culturas locais, com estabelecimentos self-service operando de forma eficiente e integrada ao cotidiano das pessoas.

Já no Brasil, há um mercado de terceirização das tarefas domésticas que está emergindo e que ganha tração a partir de tendências comuns nos grandes centros urbanos, como o lançamento de empreendimentos imobiliários com apartamentos mais compactos.

Nesse contexto – que se soma ainda ao alto custo da energia elétrica e ao interesse dos consumidores por serviços mais práticos e independentes – o modelo self-service se coloca como uma força do mercado de lavanderias.

E o impacto desse serviço na rotina dos consumidores é evidente.

O modelo de self-service permite que as pessoas lavem e sequem suas roupas de forma rápida e econômica, sem depender de equipamentos próprios.

Para muitos, isso significa uma redução significativa nos custos com manutenção de máquinas de lavar, produtos de limpeza, contas de água e luz, além de uma evidente economia de espaço.

Além disso, a conveniência de poder utilizar esses serviços a qualquer momento se torna um diferencial, eliminando as restrições impostas por lavanderias tradicionais que operam com prazos e horários rígidos.

Não por acaso, essa mudança disruptiva no comportamento dos consumidores também atrai o interesse de investidores no setor, que enxergam nesse modelo um mercado promissor, com baixo custo operacional e alto potencial de retorno – fatores que, por sua vez, movimentam o segmento de franchising de lavanderias self-service.

Olhando para o futuro e para as tendências de mercados internacionais, a perspectiva é que vejamos, cada vez mais, uma digitalização crescente destes serviços, com sistemas automatizados de pagamento e aplicativos que permitem a reserva e monitoramento das máquinas em tempo real.

Essa evolução tecnológica não só melhora a experiência do usuário, como também amplia a eficiência operacional dos negócios, reduzindo desperdícios e otimizando recursos.

Com um cenário de crescimento contínuo – a projeção global é de que, até 2032, o mercado de lavanderias self-service movimente mais de US$ 73,9 bilhões em todo o mundo, atingindo crescimento anual de 9,2%, segundo pesquisa da SkyQuest – e benefícios evidentes para os consumidores, o modelo, sem dúvidas, é uma solução ágil e acessível para a rotina urbana.

Combinando praticidade, economia e inovação, estamos falando de uma alternativa que, sem dúvidas, tem tudo para se consolidar de modo cada vez mais presente no dia a dia das cidades brasileiras.

*Por Patricia Duca é sócia e fundadora da Bubble Box